Wawa Pukllay, que significa "Crianças Brincando", foi o convite feito pelo X Taller Social Latinoamericano de Estudiantes de Arquitectura, com a finalidade de gerar espaços que permitam a autonomia das crianças do Valle del Colca, no Peru. Durante um período de duas semanas, em abril de 2013, uma grande quantidade de estudantes da América Latina se reuniu em grupos de trabalho, com tutores de diferentes nacionalidades.
A equipe de Coporaque - liderada pelo escritório AGA Estudio Creativo - desenvolveu uma floresta de mastros, dispostos por toda a extensão do lugar, onde a criança explora a paisagem do parque, tendo a experiência da apropriação. Esta floresta habitada permite "arquiteturalizar" a proposta, convertendo-a em um espaço onde a sombra, a luz e a altura (verticalidade) permitem entender a paisagem de diferentes modos por cada um dos visitantes;
Mais informações e imagens sobre a proposta, a seguir.
Para o desenvolvimento do projeto, a equipe visou dois objetivos: primeiramente, a reprodução das condições que permitam fortalecer e ampliar as relações sociais e as oportunidades através da identificação com o espaço, fazendo-o atrativo para mais pessoas e incentivando seu uso. Isto implicou em absorver e integrar as relações sociais e geográficas existentes, gerando novos espaços de reconhecimento para transmitir a informação local de forma transparente.
O segundo objetivo aproximou os estudantes das práticas locais fabricação. A experiência se desenvolveu através de exercícios específicos para a escala real, definidos por termos instrumentais e materiais, promovendo a gestão e a associação focadas na colaboração.
A equipe trabalhou a relação objeto-superfície através da materialidade do espaço (terra e pastagens), os materiais locais e a recuperação dos artefatos existentes que já eram conhecidos pelos usuários. A intenção era que o objeto original passasse a um estado físico que dialogasse com a lógica original - ou vernacular - criando, quase espontaneamente, novos sistemas de interação.
Paralelamente, as oportunidades se identificaram e se incorporaram a partir de cada evento cultural local, levando a equipe a utilizar noções diferentes, como o espontâneo, a alegria, o cotidiano, o simbólico, o subversivo, o pedagógico, o acidental e o comum, como base para um novo programa capaz de gerar encontros e inventar novas práticas.
Desenvolveu-se, então, uma zona de jogos, um cenário que se mescla com a natureza ao redor, um lugar feito para o encontro definido pelas sensações do usuário, sem necessidade de uma predisposição em seu percurso, onde a topografia desempenha um papel crucial, apresentando elevações e depressões que permitem uma nova compreensão da superfície pela criança, uma topografia que se adapta ao preexistente e alcança um importante vínculo entre o cenário e o novo parque.
O projeto oferece um espaço aberto e acessível para a apropriação por parte de uma população isolada, com muitos poucos recursos, porém como uma forte convicção de que a transformação deste espaço contribui significativamente com as relações entre os habitantes da comunidade de Coporaque.
Equipe de trabalho: Equipe de estudantes do Taller Coporaque – T.S.L 2103, AGA estudio creativo (Venezuela), Maximillian Nowotka (Venezuela), Lara Placido (Portugal), Enrique Villacis (Equador), Rocio Cayllahua (Peru) e Cesar Acurio (Peru)
Localização: Coporaque, Valle de Colca, Peru
Ano: Abril 2013
Área: 776 m²
Orçamento: US$1200
Materiais: Terra recuperada do lugar, pasto replantado dos arredores e reutilização de artefatos-jogos existentes no lugar
Organizadores: C.L.E.A, Univeridad Católica Santa María, Universidad de San Pablo, Universidad Alas Peruanas
Patrocinadores: Prefeitura de Coporaque, Prefeitura Provincial de Arequipa, Universidad Nacional de San Agustín
Fotografías: Cortesia da Equipe Coporaque
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